Serão frequentes, segundo ele, episódios de frio intenso por vários dias consecutivos, incluindo a formação de geada. FOTO: AEN

O inverno começou na madrugada desta segunda-feira, dia 21, e se estenderá até o dia 22 de setembro.

No Paraná, nos próximos dias, no entanto, a tendência é de queda na temperatura. As médias mínimas da estação giram em torno de 10° C. “Para este inverno são esperadas ondas de ar frio e seco”, observa o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib.

Serão frequentes, segundo ele, episódios de frio intenso por vários dias consecutivos, incluindo a formação de geada. Podem ocorrer alguns veranicos, períodos de tempo seco e quente mais frequentes a partir da segunda quinzena de agosto.

A temperatura média deve seguir o padrão típico da estação, exceto nos extremos Oeste e Norte, com picos mais quentes: “Na fronteira com o Paraguai e nas divisas com Mato Grosso do Sul e São Paulo as temperaturas devem variar de próximas a ligeiramente acima da normal climatológica”, afirma o meteorologista.

O cenário climático indica que o volume de chuva ficará entre próximo e abaixo da normalidade, à exceção do Litoral, dentro do habitual. O Paraná já vive um cenário de emergência hídrica e rodízios de abastecimento.

Os fenômenos El Niño e La Niña não se manifestarão neste inverno. Após influenciar o clima nos últimos meses no Paraná, La Niña dissipou-se sobre o Oceano Pacífico Equatorial. Alguns modelos meteorológicos preveem um repique com fraca intensidade na primavera e no início do verão.

ESTAÇÃO

Julho e agosto são os meses mais secos do ano no Paraná. A partir da segunda quinzena de setembro, começam as alterações no regime de chuvas típico de inverno, com o desenvolvimento de áreas de instabilidade causado pelo aquecimento mais acentuado da atmosfera entre o Centro-Oeste brasileiro e o Paraguai.

A estação caracteriza-se ainda pelo ingresso de massas de ar frio e seco no território paranaense, causando quedas bruscas nas temperaturas num intervalo entre 24 e 48 horas. Associado a massas de ar de origem polar, o frio intenso favorece a formação de geadas em boa parte do Estado. Também é comum a ocorrência de nevoeiro.

AGROMETEOROLOGIA

Segundo a agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR Paraná), Heverly Morais, são sensíveis às baixas temperaturas e vulneráveis às geadas as mudas em viveiros e as lavouras de café com até dois anos, bem como as frutíferas tropicais recém-plantadas e as hortaliças, que têm ciclo curto.

Embora o cultivo dos cereais de inverno esteja sendo favorecido pelas condições meteorológicas, a estiagem do outono prejudicou as lavouras de trigo e cevada semeadas em abril. “O desenvolvimento normal dessas plantações pode ser afetado em caso de geadas tardias durante as fases de florescimento e espigamento”, explica a pesquisadora. A seca deve causar perdas na produtividade do milho safrinha, a ser colhida em julho.

Em caso de geada prevista com impacto em culturas sensíveis a baixas temperaturas, o IDR Paraná orienta os agricultores a adotarem medidas para prevenir ou reduzir danos às lavouras. O risco climático é observado nas regiões mais altas do Estado: Sul, Centro-Sul, Centro, Campos Gerais e Sul da Região Metropolitana de Curitiba.

Previsão por regiões

Região Sul

O inverno começa com temperatura alta na faixa norte da Região (PR), mas com o passar das semanas a frequência de massas de ar polar vai aumentando e o frio vai ganhando força. A previsão indica temperaturas inferiores ao que normalmente se observa para o período. O maior risco de geada e de neve é para agosto

Região Sudeste

Assim como em 2020, o inverno de 2021 tende a ser mais quente que a média no Sudeste do país. Apesar disso, algumas massas de ar frio são esperadas ao longo da estação, derrubando a temperatura especialmente entre SP e o Sul de Minas. São esperados dias de sol forte e temperatura alta para a época do ano intercalados com entradas de massas de ar polar. O frio não deve ser persistente e logo o sol volta a aparecer. É o período seco na maior parte da região e a chuva ainda deve ficar abaixo da média. O maior risco de geada  é para agosto

Região Centro-Oeste

A maior parte dos dias será de tempo aberto, com sol forte e temperaturas altas, como é comum na região. É o período seco, então a chuva já não é esperada. Apenas no MS ainda ocorrem algumas pancadas pela influência de frentes frias mais continentais. Algumas massas de ar frio conseguem chegar até as capitais de MS, MT e poucas conseguem chegar a Goiânia e Brasília, onde a temperatura fica bastante estável ao longo da estação. Há risco para ocorrência de eventos de geada no MS, mas no sul de GO é menos provável. O maior risco de geada  é para agosto

Compartilhar
EnglishPortugueseSpanish