O mês de abril foi o mais seco dos últimos 23 anos. E a previsão para os próximo meses não é de chuva em abundância. Investir em correção do solo é uma solução eficaz para atenuar os efeitos do déficit hídrico
A estiagem tem sido um considerável obstáculo do produtor rural neste ano. A situação se agravou em abril. No Paraná, o Instituto Tecnológico Simepar apurou que o mês passado foi o mais seco dos últimos 23 anos, com um déficit de 100 milímetros.
A falta de chuvas é observada em todo Estado e região Sul, bem como em outros locais, como São Paulo. Algumas regiões têm sofrido mais, a exemplo do Norte do Paraná. No campo, os reflexos são observados principalmente no milho safrinha.
Em situação de crise hídrica, se torna ainda mais importante investir em correção e fertilidade do solo.
A falta de chuvas já traz impacto na estimativa de produtividade. O Paraná poderá produzir 40,6 milhões de toneladas de grãos, em uma área de 10,4 milhões de hectares, na safra 2020/2021. As informações são do último relatório mensal divulgado no final de abril pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
O novo relatório mostra um desempenho total menor do que o registrado no início do ciclo, quando se esperava volume de 42 milhões de toneladas. A queda se deve especialmente à revisão nos números relativos à cultura do milho. A estimativa de produção para a segunda safra do grão indica um volume de 12,2 milhões de toneladas, 2,3 milhões abaixo do esperado no início da safra 2020/2021.
Estiagem
O meteorologista do Simepar, Samuel Braun, afirma que, tradicionalmente ,o outono e inverno são estações mais secas. Mas neste ano, a situação está pior. A explicação para a falta de chuvas são bloqueios atmosféricos e a falta de força das frentes frias que passam pelo Estado. “Ventos acabam impedindo o avanço das frentes frias de forma mais organizada. Há outros fatores: a La Niña ainda está em atuação. É um fenômeno que traz chuvas abaixo da média”.
De acordo o meteorologista, a previsão de chuva deve seguir abaixo da média histórica no outono e inverno. “Não quer dizer que não vai chover, mas não há expectativa de que volte a chover em abundância. É uma situação que preocupa e deve permanecer”.
O meteorologista lembra que no verão houve recuperação no nível de chuva ante a mesma estação do ciclo passado, porém, não o suficiente para combater os impactos observados no campo. “Para agricultura não é tão simples, não adianta chover no verão e não chover mais. Não tem como fazer estoque de água. O ideal seria uma chuva mais frequente”.
Correção de solo
Uma boa correção de solo contribui para mitigar os problemas da falta de chuva, pois melhora as condições do pH do solo, proporcionando uma melhor decomposição dos restos culturais, melhorando a qualidade da matéria orgânica dos solos. Uma das funções da matéria orgânica do solo é reter água e armazená-la. Outra grande função é melhorar a refrigeração do sol, consequentemente, diminuir a evapotranspiração do solo. As plantas em solos bem corrigidos e com maiores teores de matéria orgânica tem um sistema radicular mais profundo e volumoso, dando condições de as plantas terem uma maior resistência aos estresses hídricos.